IGH do Tapajós assume campanha por novo estado
Wilson Nogueira
A presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Tapajós (IGHTap), Antônia Terezinha dos Santos Amorim, disse em Manaus (AM) que os 23 municípios paraenses do Baixo Amazonas e do Vale do Tapajós irão reapresentar [o tempo ainda não foi determinado] uma nova proposta de plebiscito para a criação do estado do Tapajós.
Ela participou na capital amazonense, nos dias 28, 29 e 30 do mês passado, do ciclo de palestras O apagamento da memória, realizado pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA).
Terezinha Amorim informou que o IGHTap e demais instituições favoráveis à criação do estado do Tapajós estão em campanha de coleta de assinaturas, para sustentar um novo pedido de plebiscito ao Congresso Nacional.
A nova estratégia das forças políticas das duas regiões é apresentar uma proposta que inclua no plebiscito apenas os moradores dos 23 municípios interessados em se emanciparem do estado paraense.
No plebiscito de 2011, para a criação do estado do Tapajós e do estado de Carajás, votaram todos os eleitores do estado do Pará.
A não divisão do Pará foi rechaçada, principalmente pela capital e região metropolitana, onde se concentra a maioria dos eleitores do estado.
Os moradores favoráveis à divisão, nos municípios incluídos nos pretensos futuros estados, também responderam com mais de 90% de aprovação, mas foram derrotados em razão da proporcionalidade desfavorável.
Enquanto os 23 municípios da nossa região têm uma população equivalente a mais de uma milhão, a população de Belém, só Belém […], dá mais de dois milhões (Antônia Terezinha dos Santos Amorim).
Terezinha Amorim explicou que, logo após o plebiscito de 2011, historiadores, pesquisadores, professores e demais pessoas envolvidas na preservação da memória das regiões do Baixo Amazonas e do Tapajós decidiram criar o IHGTap.
A instituição, com sede em Santatém (PA), já nasceu, segundo ela, assumindo a tarefa de contribuir com a elaboração de um novo projeto de plebiscito robusto em informações e dados históricos sobre a necessidade e urgência da criação do novo estado, composto por municípios do Tapajós e do Baixo Amazonas paraenses.
A presidente do IGHTap enfatizou que o anseio de emancipação dessas regiões vem desde 1850, quando o Amazonas se desmembrou, com status de Província, da Província do Grão-Pará.
Havia, nessa ocasião, uma proposta, também, da criação da Província do Baixo Amazonas, que entrelaçava as regiões de Santarém, Óbidos e Parintins, as mais desenvolvidas da época.