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Frente de defesa dos índios apela à sociedade contra assassinatos

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A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), por meio da nota intitulada O Brasil sob a mancha do sangue indígena, apela à sociedade brasileira para que se mobilize contra a crescente onda de assassinatos de lideranças indígenas.

Há, segundo o documento, uma investida contra a vida dos índios e suas terras, apoiada em discursos do atual governo, que, também, age para dividir as lideranças indígenas do país.

O documento:

 O Brasil sob a mancha do sangue indígena

A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI) vem a público convidar a sociedade civil organizada para, juntos, retomar iniciativas justas e legais que pressionem o Governo Brasileiro e o Governo do Estado do Amazonas a se posicionarem, com ações efetivas, de garantia de vida aos povos indígenas do Brasil e na tomada de providências imediatas de investigação e responsabilização dos mandantes e dos executores de assassinatos de indígenas neste País.

Este ano, no período de 10 de novembro a 7 de dezembro, quatro indígenas foram assassinados. No dia 1o de novembro, o cacique Paulo Paulino Guajajara, foi morto a tiros dentro da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, e no sábado, dia 2 de dezembro, Firmino Prexede e Raimundo Benício, também guajajaras, foram assassinados a tiros após participarem de uma reunião, quando se encontravam entre as aldeias Boa Vista e El Betel, no Maranhão.

Em Manaus, na tarde de 2 de dezembro, quando retornava para casa, Humberto Peixoto, do povo tuiúca, assessor da Pastoral Indígena da Arquidiocese de Manaus, sofreu uma série de espancamentos que o levou à morte no sábado (7). Desde fevereiro, foram quatro indígenas assassinados na capital amazonense.

O assassinato de indígenas no Brasil segue ritmo crescente: Relatório do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), mostra que em 2018 na comparação com o ano anterior, o número de assassinatos cresceu em 22,7%.

Ao mesmo tempo, o discurso governamental investe no avanço da violência, da divisão interna dos povos indígenas e no incentivo a tipos de projetos que para se tornarem possíveis necessitam retirar os indígenas de suas terras e eliminar vozes indígenas que os contrariem.

É notória a banalidade com que o Governo do Brasil e o Governo do Amazonas tratam a vida indígena, o que representa um posicionamento em favor da impunidade e da manutenção desse tipo de prática truculenta que faz o País regressar à fase da barbárie.

A FAMDDI repudia a tentativa governamental de implantar um sistema de gestão pública cuja eficiência está calcada em uma política de desrespeito às culturas dos povos indígenas; na produção de confrontos; no armamento de alguns contra a maioria pobre e diferente; e no desmantelamento dos princípios consagrados da Justiça social e contínua negação dos direitos conquistados e assegurados pelos povos indígenas.

Este Brasil, manchado com sangue de inocentes e sob a vigência da cultura de truculência, não pode permanecer.

A FAMDDI solidariza-se com as famílias dos indígenas assassinados, no Maranhão e em Manaus, e reafirma a disposição de permanecer como parte do movimento daquelas e daqueles que colocam a vida em nome da retomada da democracia, da valorização do Estado Democrático de Direito e da garantida de vida e dignidade aos povos indígenas.

Manaus, 08 de dezembro de 2019

Assinam este documento, como membros da FAMDDI:

Associação das Mulheres Indígenas do Rio Negro (AMARN). Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA). Conselho Indigenista Missionário (Cimi Norte I). Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena (Foreeia). Serviço de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental na Amazônia (SARES). Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJP-AM). Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya). Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas (MUSAS). Mandato Popular Deputado Federal José Ricardo. Fórum de Mulheres Afro-Ameríndias e Caribenhas. Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas.

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