Eu no game e outros “eus” da vida real: um mergulho no mundo virtual
Por MARCUS ALBERTO STOYANOVICTH O oxigênio vai sendo inspirado molécula por molécula, então para que a pressa? O portal que vai dá pros 61 anos já mostra suas chaves. Até lá a vida vai seguindo com o pouco daquilo que se quer e do muito do que não se pode controlar.
Taí uma lição ancestral, tipo essas que os indígenas carregam consigo e que mantêm viva a curiosidade e a mente aberta para o encontro com o estranho.
Foi nessa onda existencial que saí de corpo e alma do jogo da vida real para entrar no mundo dos games.
Um mundo virtual que provoca emoções reais e já é a habitação por horas a fio de bilhões de pessoas mundo afora.
E lá vou eu no rumo dele para habitá-lo por algumas horas. Pouco inseguro e alternando raiva pelo trânsito caótico da cidade e expectativa pelo evento que aconteceria logo mais na Ocean, um centro de desenvolvimento de vídeo games, semente da parceria entre a Samsung e Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
O Meetup 2019, organizado pelo professor Sylker Teles, com a participação do professor Jucimar Junior, teve como propósito falar do que foi feito no setor e o que se espera fazer no próximo ano.
Os dois professores são pioneiros e formadores de profissionais no Amazonas que se destacam no mercado global,
Quinta-feira, 12 de dezembro, um pouco antes do início da Meetup, jovens de perfis diversificados amantes dos vídeos games conversam com outros jovens que já ganham o mundo participando dos maiores encontros globais, como o BGS, na América Latina, o Gamescom, na Europa, e o GDC, em Los Angeles (EUA).
Mas o encontro anual de Games JAM é um dos favoritos da galera de Manaus. Nele, o desafio é criar um game e fazer sua apresentação com objetivo de fisgar um investidor potencial, tudo num tempo mínimo.
Neste ano de 2019, ninguém de lugar nenhum do Brasil foi melhor que a turma do Amazonas.
De repente percebo que meus cabelos brancos ganham outra conotação e se transformam numa espécie de alegoria num ambiente de cabelos coloridos para muito além do castanho, preto ou louro. Aos olhos, um relaxamento para encarar o novo.
Enfim, chega a hora da reunião e o professor Sylker Teles abre as falas num clima alto-astral, mas sem deixar de lembrar os desafios para manter em alta a formação de novos profissionais nas diversas atividades de produção de um Game.
O professor Jucimar lembraria também, logo em seguida, o celeiro de talentos que é o Amazonas. Nele, a maioria vem sendo formada na UEA.
E as falas sobre as experiências foram acontecendo num clima só comparado ao de um domingo de sol ou de um barulho de chuva amazônica no zinco da casa de sítio.
A criatividade modelada de sorrisos brotava também na forma racional. Das falas se escutava mais das tentativas e do aprendizado com os erros, sem descuidar do reconhecimento aos colaboradores, do que das medalhas conquistadas.
Brena Cardoso e Ronaldo Nonato, do premiado Black River Studio, Joel Hamon e Luiz Gama, da Ludic, que lança, no próximo ano, o segundo game do Studio-Wind Runners, simples, competitivo e de excelente jogabilidade, e outros a seguir são exemplos de maturidade quando o assunto é a percepção do que realmente interessa para se alcançar o objetivo.
Thais Sipaubbe, outro exemplo. Ela levou para o interior do Amazonas o Game Matemagos, da Games Studio.
Jogado por dois mil estudantes da capital e do interior, o jogo foi destaque entre eles com vantagem para os alunos do interior.
A Seduc-AM deve prestar atenção, bem direitinho, e investir mais nessa ferramenta eficaz para educação dos jovens amazonenses.
Contaram suas experiências também os premiados deste ano, Cris e Matheus, da Game Plus, Rafael Zerbine, da Sidia, num depoimento de forte motivação de quem entrou recentemente no mundo do Game para nunca mais sair, tamanha é a paixão.
Ele lembrou uma máxima exigida numa apresentação, que é se buscar dizer numa frase: por que jogar o seu Game? (na linha do high concept).
Experiências complexas vencidas com força do caráter, compreensão pragmática do mercado global, espírito competitivo à flor-da-pele e muita, muita colaboração entre sí.
O que pode ser dito desse comportamento comum é que há honestidade intelectual. Se depender deles, mudanças verdadeiras no mundo real vão chegar mais cedo.
Uma sensação de já estar no futuro chegou por um detalhe no dia-a-dia de produção dessa galera.
Tipo assim, o local de trabalho da equipe, por exemplo: se fosse dimensionar o tamanho físico do escritório para a equipe, daria alguns milhões de metros quadrados.
Isso porque tem um profissional produzindo aqui em Manaus, outro em São Paulo, até no Japão tem gente da equipe num mesmo projeto. Não é fácil, dizem eles, mas o projeto é desenvolvido.
A reunião chegou ao final e deixou algumas lições novas, entre elas: não duvidar da capacidade de resolução e da criatividade dos jovens amazonenses que sabem fazer/realizar com o mínimo para o máximo de resultado.
Lembrando, o professor Jucimar Junior enfatizou que Amazonas é um celeiro na arte de produzir jogos, seja na linha do Entretenimento, seja na linha dos educativos (Serious Game).
Saí da Ocean e do mundo dos games de volta ao mundo real confortavelmente, esperto e, como eles, orgulhoso por saber que o Amazonas bota muitos mercados grandes no bolso quando o assunto é criação de games.
Agora falta aos investidores visionários escutar essa galera, se debruçar sobre os PITs (apresentações) para que consumidores do mundo inteiro joguem esses games criados aqui em meio a maior biodiversidade do planeta.
A descrição do Evento muito bem escrita pessoalmente me fez parar para refletir sobre Games, até então não dava importância pensava ser hobby de desocupados, lendo o artigo me fez repensar a respeito e ver que é um novo cenário aberto para dar asas a imaginação , criatividade e Talentos . Parabéns aos Organizadores do Evento .