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Anfitriões revelam como o Arlindo pagodeiro se tornou levantador de toadas

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O cantor e compositor Arlindo Júnior (falecido ontem), o Pop da Selva, antes se tornar famoso como levantador de toadas do boi-bumbá, também foi responsável pela popularização do pagode em Parintins (AM), cidade que se projetou no mercado de entretenimento por meio dos espetáculos dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso.

Quem lembra desse trecho da vida de Arlindo é o jornalista Floriano Lins, que o conheceu ainda bebê, em Manaus (AM), e o acolheu em Parintins (AM), em 1990.

As famílias de Floriano e Arlindo Junior eram vizinhas, pois moravam na Vila Iracema, no final da rua J. Carlos Antony, na beira do Igarapé da Raiz, bairro da Cachoeirinha.

“Eu era amigo do irmão do Arlindo, Manoel, o Nel, militar da Aeronáutica, que morreu ainda muito jovem em acidente de motocicleta. O Arlindo veio depois, por isso o conheci ainda bebê”, explica Lins.

Na década de 1980, Lins foi para São Paulo, e Arlindo tornou-se, no final dos anos de 1990, cantor de pagode, o gênero musical que conquistava o Brasil de ponta a ponta.

Em 22 de setembro de 1990, Arlindo Júnior pisou em solo parintinense, para recepcionar com os hits de pagode da época os convidados do aniversário de 13 anos de Flávia Elen Novo Marinho, filha do contabilista Flávio Novo e Antonina Novo Marinho.

Flávio disse que conheceu o cantor por intermédio da sua cunhada, Idamar da Silva e Silva, que mora em Manaus.

“Ele gostou da cidade e não quis mais voltar. Ficou conosco algum tempo e depois foi morar na casa do Floriano”, conta Flávio.

Bar dos Marajás

Floriano Lins foi morar em Parintins no começo da década de 1980 e lá se tornou amigo de Fred Góes, parintinense que também havia retornado de São Paulo, onde se graduou em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero.

Floriano e Fred decidiram abrir o Bar dos Marajás, nas proximidades do Curral do Garantido, na Baixa de São José, cuja atração principal era Arlindo Jr., na companhia de Marcos Tripa e Ray Azedo.Eles batizaram o grude Levanta poeira.

“Passamos três meses cantando para os coqueiros”, lembra Lins.

À essa altura, Lins, que era diretor de Jornalismo dos Sistema Alvorada de Comunicação, consegui para Arlindo um horário na Alvorada FM, no qual ele apresentava O pagode do Arlindo.

“Certo dia” – conta Lins – “o amigo e frequentador do bar Carlos Portilho, o Periquito, pediu-me que intermediasse uma conversa entre ele o Arlindo, cujo objetivo seria o convite para ser o levantador de toadas do Caprichoso. Eles saíram para conversar na chácara do Portilho, no lago do Macurani, e desde esse dia perdemos o pagodeiro e ganhamos o toadeiro Pop da Selva”.

Fred Góes revela que, por pouco, o Arlindo não veio a ser levantador de toadas do Garantido. “Havia uma articulação para ele assumir esse posto no Garantido, mas precisávamos conversar com Emerson Maia, o então levantador do bumbá. Não deu tempo. O Caprichoso chegou chegou nos finalmente primeiro. O Arlindo já chegou um profissional pronto”, explicou.

No embalo da popularização do pagode, o Bar dos Marajás teve os seus dias de sucesso, mas Lins e Fred estavam no ramo de passagem, porque eles se identificavam mais com o jornalismo.

Fred fundou o semanário O Parintins e Lins veio se dedicar ao jornalismo em várias frentes, principalmente no apoio aos movimentos sociais de Parintins. Hoje ele é dono, juntamente com a sua esposa Fátima Guedes, do jornal Plantão Popular.

 

Gratidão

Floriano Lins, Flávio Novo e Fred Góes são unânimes em reconhecer em Arlindo Júnior uma das qualidades mais sublimes que toda pessoa deveria cultivar: a gratidão.

“O Arlindo me chamava carinhosamente de Pai. Toda vez que ele vinha a Parintins fazia questão de vir conversar comigo e sempre me perguntava: Aí, Pai, tá tudo bem?”, disse Lins.

Para Flávio Novo, Arlindo Júnior teve um coração cheio de gratidão: “Nunca deixou de me agradecer pelo fato de tê-lo trazido a Parintins, de onde ele se projetou para a fama. Um agradecimento que vinha espontaneamente onde quer que nos encontrássemos”.

Flávio lamentou não poder participar das últimas homenagens ao cantor em Manaus. “Transmita os familiares e as fãs dele as minhas condolências. Perdemos uma grande pessoa”, afirmou.

Fred Góes disse que, no aniversário de Parintins, em outubro, foi um dos homenageados por Arlindo Júnior, no palco. “Ele lembrou exatamente das pessoas que o acolheram aqui em Parintins. Esse é um gesto comum das pessoas gratas”, afirmou.

 

Morte 

Morreu, por volta das 22h desse domingo (29/12), em Manaus (AM), o cantor e compositor de toadas de boi-bumbá Arlindo Júnior, o Pop da Selva.

Ele vinha lutando contra um câncer desde 2016.

Arlindo Júnior foi levantador de toadas do Caprichoso por muitos anos.

Ele também foi vereador e secretário de Cultura de Manaus e subsecretário de Cultura do Amazonas.

O boi-bumbá Caprichoso decretou sete dias de luto em seu curral.

A direção do boi-bumbá Garantido emitiu nota de pesar, na qual também reconhece a importância do artista para a cultura amazonense e, principalmente, para o Festival Folclórico de Parintins.

Nas redes sociais, fãs e admiradores estão lamentando a perda prematura de Arlindo Júnior.

O velório ocorre no Centro de Convenções Vasco Vasquez (avenida Constantino Nery) e o enterro está previsto para o dia 31.

Velório em Parintins

O corpo do cantor começou a ser velado ontem (30/12), em Manaus (AM), no Centro de Convenções Vasco Vasques, e desde esta manhã(31/12) está em Parintins (AM), no curral Zeca Xibelão, e de lá só retornará no final da tarde, para sepultamento cemitério São João Batista.

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