Deprecated: A função Advanced_Ads_Plugin::user_cap está obsoleta desde a versão 1.47.0! Em vez disso, use \AdvancedAds\Utilities\WordPress::user_cap(). in /var/www/html/amazonamazonia.com.br/web/wp-includes/functions.php on line 5381

Escritores e entidades que defendem democracia repudiam censura a livros em RO

Compartilhe:

O Ministério Público Federal (MPF), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Academia Brasileira de Letras (ABL) repudiaram a tentativa de recolhimento de livros das escolas estaduais de Rondônia, porque eles teriam conteúdos inadequados para crianças e adolescentes.

A medida, comunicada aos coordenadores das escolas por meio de memorando na quinta-feira, 06/2, partiu de dentro da Secretaria de Educação, dirigida por Suamy Lacerda de Abreu.

Em Manaus, o escritor e ex-presidente da Academia Amazonense de Letras (AAL) Elson Farias, 83, indignou-se:

“Isso é uma doidice. É um absurdo”.

Continua depois da lista.

O Melhor De Caio Fernando Abreu
Macunaíma. O herói sem nenhum caráter Mário de Andrade
Poemas escolhidos Ferreira Gular
A volta por cima Carlos Heitor Cony
Mar de histórias Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Todos os Volumes. Todos os volumes.
O irmão que tu me deste Carlos Heitor Cony
A menina de cá Carlos Nascimento Silva
Diário de um fescenino Rubem Fonseca
Bufos & Spallazani Rubem Fonseca
O melhor de Rubem Fonseca Rubem Fonseca
Secreção excreção e destino Rubem Fonseca
Guia Millôr de História do Brasil Ivan Ribeiro Fernandes
O ventre Carlos Heitor Cony
Os prisioneiros Rubem Fonseca
Agosto Rubem Fonseca
Beijo no asfalto Nelson Rodrigues
Amálgama Rubem Fonseca
Rosa vegetal de sangue Carlos Heitor Cony
Mistério da moto de cristal Ana Lee & Carlos Heitor Cony
Estrangeira Sonia Rodrigues
O doente Moliére Rubem Fonseca
A cólera do cão Rubem Fonseca
O melhor de Nelson Rodrigues Nelson Rodrigues
13 dos melhores contos de amor Rosa Amanda Strausz
Memórias póstumas de Brás Cubas Machado de Assis
O castelo Franz Kafka
Os sertões da luta Euclides da Cunha
Mil e uma noites Carlos Heitor Cony
Contos de terror de mistérios e de morte Edgard Allan Poe
Vestido de Noiva Graphic Novel
O seminarista Rubem Fonseca
Histórias curtas Rubem Fonseca
O ato e o fato Carlos Heitor Cony
O harém das bananeiras Carlos Heitor Cony
Histórias de amor Rubem Fonseca
Um buraco na parede Rubem Fonseca
Feliz ano novo Rubem Fonseca
A vida como ela é Nelson Rodrigues
Calibre 22 Rubem Fonseca
Mandrake, a Bíblia e a bengala Rubem Fonseca
Lúcia Mccartney Rubem Fonseca
Romance negro e outras histórias Rubem Fonseca

 

O secretário da Cultura de Rondônia, Suamy Lacerda de Abreu, explicou que a sua pasta mandou investigar uma denúncia de que havia livros de conteúdos inadequados para criança e adolescentes nas bibliotecas das escolas.

O recolhimento desses livros teria essa finalidade de apuração e não de censura, segundo ele explicou ontem em telejornal da TV Globo.

Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Academia Brasileira de Letras (ABL) se referiram ao caso como censura, o que é crime segundo a Constituição do País.

A medida não chegou a ser cumprida porque foi “vazada” para a imprensa por intermédio de servidores públicos, mas será investigada pelo MPF.

O estado de Rondônia é governado pelo Coronel Marcos Rocha (PSL), partido pelo qual o presidente Bolsonaro foi eleito.

Rocha foi chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar do estado e secretário municipal de Educação de Porto Velho.

Professores disseram à imprensa, sob a condição de não ter seus nomes revelados, que os coordenadores das escolas estaduais receberam um memorando determinando que eles separassem os livros listados, os quais seriam recolhidos em seguida.

Diante da repercussão, o governo negou, alegando se tratar de notícia falsa, mas depois vieram os documentos vazados.

Para Elson Farias, tal medida, partindo de alguém que deveria educar, “é, no mínimo, ridícula”.

Acentuou ainda que no Brasil vigora o estado democrático de direito, no qual não se pode nem se deve proibir, principalmente livros.

Quando se refere à “doidice”, escritor justifica dizendo que ninguém em sã consciência proibiria Machado de Assis por questões ideológicas em um governo conservador como o de Bolsonaro e seus aliados.

“Machado era muito ligado às elites da sua época, a Dom Pedro II, inclusive é criticado por pouco se envolver com as campanhas pela libertação dos escravos”, explica Farias.

O escritor salientou que, em recente visita a um colégio militar da cidade, foi abordado por uma adolescente que estava lendo Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Esse fato, segundo ele, reforça a ideia de que o caso de Rondônia “é um absurdo”.

A filósofa e escritora Neiza Teixeira, autora do livro Para quem e para além de nós (Valer), entende que:

“O que acontece no estado de Rondônia […] é resultado das ideias disseminadas por todo o país. Infelizmente, não se trata mais, apenas, de ideias, mas de execução destas”.

Na opinião da escritora, “de norte a sul foram eleitos […] homens e mulheres sem o conhecimento das estruturas que sustentam as sociedade civilizadas e nem as originais que ainda se mantêm; ignorantes, suficientemente, para acreditarem que a terra é plana […] e que o criacionismo deve ser um componente curricular a ser ministrado nas escolas brasileiras”.

Neiza Teixeira finaliza dizendo: “A nós, que guardamos as culturas das nossas sociedades, resta-nos resistirmos, poque eles são muitos”.

O professor e poeta Venício Garcia entende que a tentativa de impedimento da circulação de livros em escolas é um ataque ao conhecimento.

“Não há nada que justifique essa medida, senão o desejo de castrar a liberdade das pessoas. Quem lê é uma pessoa livre. Quem não lê é uma pessoa inculta, sujeita à escravização”, comentou Garcia.

Outra questão levantada por Garcia é a coincidência entre os posicionamentos absurdos de setores de governo Bolsonaro e as medidas que ele toma, geralmente desfavoráveis ao povo.

Enquanto, um aliado do governo polemiza com uma medida ou fala estapafúrdia, está em andamento a exploração de minérios em terras indígenas.

“Essas coisas parecem cortinas de fumaça. Elas parecem ser feitas para encobrir decisões que prejudicam a população”, disse o professor.

 

Compartilhe:

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.