O melhor remédio contra o alastramento da pandemia deste coronovírus, o covid-19, é este conselho de criança: “Fiquem em casa, porque quando o coronavírus chegar e não ver ninguém nas ruas, ele vai embora”.
Sigo essa e outros recomendações de alguns adultos que cultivam as suas almas-criança, irrequietas, criativas, questionadoras e, sobretudo, investigadoras, para viver o meu autoisolamento social.
Circula um vídeo nas redes sociais virtuais, esse trata da resposta de uma pessoa com mais de um século, para uma repórter de TV.
Mais ou menos assim:
– Qual a receita para se viver tantos anos:
– Ora, filha, primeiro, não morrer.
Permanecer longe do contato ou da proximidade física das pessoas e da diversidade do meio pode ser enfadonho, melancólico e até claustrofóbico.
Também dá medo. O medo natural do perigo da morte.
Um sentimento que nos acompanha desde cede, mesmo sabendo que o fator morte é imponderável.
Um adulto-criança, Guimarães Rosa, nos avisa numa passagem de Grande Sertão: veredas, que: “[…] Viver é um negócio perigoso”.
Ora, o perigo de viver vale para todos os seres vivos, os quais – cada um a seu modo –lutam para existir, inclusive esse coronovírus, por meio de rápidas mutações eco-químico-físico.
Os humanos ainda sabem pouco ou quase nada sobre os múltiplos comportamentos adaptativos do novo coronavirus.
Assim, falta conhecimento para combater com eficácia os seus efeitos letais, que são altíssimos.
Enquanto isso, o melhor remédio contra a sua proliferação não é desafiá-lo, como fez um certo presidente b., que insiste em percebê-lo, turvamente, como agente de uma gripezinha.
Uma gripezinha que já matou milhares de pessoas em mais de 160 países e vem arrasando as maiores economias do mundo.
Não gosto das comparações bélicas, muito usadas no jornalismo tradicional, mas penso que, neste contexto, vale lembrar que qualquer soldado atento às aulas de estratégia e tática saberia se posicionar, corretamente, diante da ameaça vinda do desconhecido.
É. Mas reconhecemos que, entre os humanos, há aqueles que mesmo diante da predação iminente preferem a arrogância para manifestar que são corajosos e que não temem a morte.
– Mera jactância de medrosos – diria Inglês de Souza.
Esses estão longe de admitir que outros seres vivos que compartilham este planeta conosco também usam da astúcia, da dissimulação e da inteligência para viver.
Melhor mesmo é respeitá-los, compreender seus estágios de complexidade e combatê-los com conhecimento.
Por isso, prefiro os conselhos das crianças às jactâncias do presidente b.
Sou Fernanda parabéns pelo conteúdo do seu site, gostei muito deste artigo, tem muita qualidade vou acompanhar o seus artigos.
obrigado. desculpe-me pela demora.