BodóHell se prepara para reencontrar os amigos com CD e shows de xibé rock
A banda identifica os apreciadores de suas músicas como amigos e não como fãs - essa última nomenclatura da indústria cultural para consumidores e seguidores de artistas.


A banda de xibé rock BodóHell guarda a irreverência para os palcos e cumpre isolamento e o distanciamento social determinado pelas autoridades sanitárias para barrar o novo coronavírus.
Mas avisa que não parou de ampliar o repertório para logo, logo se reencontrar com os amigos.
BodóHell é a banda de rock and roll da cidade de Parintins (AM), que está de pé desde 2001, e se apresenta, também, nas cidades vizinhas Barreirinha, Nhamundá, Maués, no Amazonas, e em Terra Santa, no Pará.
A base da banda é formada pelo baterista Estevam Bartoli, pelo guitarrista Erick Andrade e pelo vocalista e baixista Mouzart Melo.
A banda se identifica como produtora de música autoral, libertadora e polítizada.
No autoisolamento, seus membros trabalham na realização de um CD que será gravado em Manaus. Cada músico grava o seu instrumento de modo artesanal, para depois passar por aprimoramento técnico em estúdio.
“Somos uma banda de rock que faz experimentações”, explica Mouzart.
A proposta da banda, segundo ele, é produzir um rock and roll com elementos das culturas locais.
As denominações BodóHell e rock xibé se explicam por meio dessa de mistura de sons.
O xibé é uma comida cabocla improvisada de farinha com água, pimenta e sal, mas que também pode ser reelaborado para pratos mais sofisticados, como mais ingredientes e ser servido como guarnição de carnes vermelhas e de peixes.
O bodó, por sua vez, é um bagre de feições pré-históricas, cascudo, muito apreciado no Amazonas. Com o bodó se faz inúmeros pratos.
Hell é inferno em inglês, uma palavra que, para os conservadores, está ligada a tudo que está fora da ordem dos que ordenam.
BodóHell, no entanto, só quer dizer que o rock não tem preconceito e é capaz de ser articular com outros sons, como com a toada do boi-bumbá de Parintins. Assim como o xibé na culinária amazônica, iguaria das culturas indígenas.
“Na nossa banda acolhemos a toada de boi-bumbá antiga, para fazer um rock xibé, um rock punk que se mistura com a música regional”, explica o vocalista.