A pandemia do novo coronovírus expôs a realidade de crise permanente no sistema de saúde do Amazonas.
Ontem (21/05), o Jornal Nacional, telejornal da Rede Globo, noticiou que dos 62 municípios amazonenses apenas Manaus, a capital, possui Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Relatou ainda que, em razão das distâncias, a remoção dos pacientes graves da Covid-19 para a capital é feita por aeronaves com serviço e socorro médico.
Os casos graves têm sido tantos que esses aviões não são insuficientes para atender a todos os pedidos de emergência.
Há pacientes graves à espera de translado e essa situação tende a se agravar por conta da disseminação da doença para os municípios mais distantes.
Ao mesmo tempo, não há aeroportos certificados pela autoridade aeronáutica na maioria dos municípios, que também não é interligada por estradas.
O transporte comum na região é o fluvial e as viagens são longas.
O deslocamento de barco entre Manaus e a cidade de Eirunepé, no rio Juruá, demora mais de vinte dias.
A falta de UTIs e outros equipamentos necessários ao atendimento dos pacientes mais graves é antiga no interior.
A situação se agravou ainda mais com a retirada dos médicos cubanos que atendiam pelo programa Mais Médicos.
Há hospitais sem médicos e sem medicamentos. Pessoas morrem sem assistência médica muito antes da Covid-19.
O problema espanta porque os esforços dos seguidos governos sempre foi escondê-lo, e nunca assistir a população com dignidade.
Por isso, para os ricos e governantes de plantão, o melhor caminho para o hospital sempre foi o do aeroporto.
E para muitos dos ilustres e excelências das elites políticas e empresariais ainda existem os atalhos pelos “maus caminhos” ou descaminhos do dinheiro público.