O escritor e jornalista Gilberto Dimenstein morreu, aos 63 anos, nesta sexta-feira (29/05), em decorrência de um câncer no pâncreas.
Ele era ex-comentarista da CBN, ex-colunista da Folha e fundador do site Catraca Livre.
Dimenstein foi diretor da Folha de S. Paulo na sucursal de Brasília e correspondente internacional em Nova York.
O jornalista viveu nos Estados Unidos, onde desenvolvia o projeto de Comunicação para a Cidadania, a convite da Universidade Harvard, em Cambridges.
Domenstein é um dos profissionais que renovou o jornalismo brasileiro a partir da década de 1990, priorizando, em suas pautas, uma perspectiva humanitária.
Assim, deu voz para pessoas, grupos de pessoas e sociedades que não tinha voz nem vez num tipo de jornalismo que adotava os números e os serviços como referências e não as tragédias e os dramas humanos.
Um marco desse jornalismo arrojado e corajoso foi o livro A guerra dos meninos, publicado em 1990 pela Brasiliense.
Nesse livro, Dimenstein revelou para o Brasil e para o mundo o extermínio de meninas e meninas pobres por grupos de malfeitores, muitos dos quais incrustados no aparelho policial do estado.
Para escreve esse livro, ele percorreu os principais focos desse tipo de violência à época, inclusive Manaus, que possuía uma lista de crianças e adolescentes marginalizados desaparecidos após serem presos.
Outros apareciam mortos com sinais de violência típicos das ações dos grupos de extermínio.
O enfoque da temática não ficou apenas na atuação jornalística. ele também desenvolveu ações sociais.
Foi um dos criadores da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), espalhada pelo Brasil e por vários países da América Latina. Em 1994, criou a ONG Cidade Escola Aprendiz, onde é desenvolvido o programa Bairro-Escola, replicado com apoio do Unicef e da Unesco em vários estados e cidades do país.
Da redação com o Metropoles/Brasil