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O sofrimento psíquico em época de covid-19 [ por  Júlio César Pinto de Souza*]

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Após alguns meses de distanciamento social, percebe-se que essa medida foi eficaz para o achatamento da curva de propagação do vírus, mas vem causando, como um efeito colateral, o adoecimento psíquico de muitos brasileiros.

O prolongamento desse período de distanciamento social acarretou uma mudança de comportamento e o surgimento de sentimentos negativos como raiva, irritação e tristeza nas pessoas que estão recolhidas em suas casas.

A melhor explicação para isso é o fato de as pessoas estarem afastadas do convívio social. O contato físico, que antes era diário, limitou-se a encontros virtuais, por meio das redes sociais e whatsapp.

Como consequência desse distanciamento social, muitas pessoas começaram a apresentar sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Até a pandemia, esses transtornos estavam presentes na vida do indivíduo, em grande parte, em face de uma vida acelerada e tumultuada.

Mas se a agitação dessa sociedade contemporânea foi substituída por um período dentro de casa, então por que o surgimento desses transtornos?

A resposta é simples: o homem é um animal que precisa interagir com outros de sua espécie, sentir-se pertencido a um grupo. Karl Marx, em seu livro intitulado “Manuscritos econômico-filosóficos”, comentou que o ser humano é de natureza social, pois, é no meio social que ele apresenta seus elos com homens, sua relação com os outros e a relação dos outros para com ele.

Portanto, distanciar-se das pessoas é algo que vai contra a natureza do ser humano e, quando ocorre, causa um prejuízo à saúde mental e consequente surgimento dos transtornos mentais.

Com isso, verifica-se que o aumento alarmante dos casos de ansiedade, depressão e estresse é um fenômeno proveniente desse distanciamento entre as pessoas.

Procurando a manutenção da sua saúde mental, as pessoas que estão em casa vêm buscando atividades e tarefas para preencher o tempo e manter-se saudável.

Entretanto, alguns buscam na bebida uma solução para redução dos sintomas psicológicos provenientes do distanciamento.

Pesquisas apontam que nesse período de pandemia houve um aumento do consumo de bebidas alcoólicas.

Fácil entender que essa bebida está sendo utilizada como um “ansiolítico” (medicamento utilizado para ansiedade e estresse), pois, o álcool etílico é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central, que oferece uma sensação de relaxamento e bem-estar ao usuário, bem como uma fuga temporária do sofrimento vivido com as consequências da pandemia.

Um desdobramento do uso abusivo do álcool nessas condições é que, ao ser combinado com situações de tensão, deixa o indivíduo mais impulsivo e agressivo, gerando a violência intrafamiliar. Neste período de pandemia houve um aumento de quase 50% dos casos de denúncia de violência doméstica.

A partir dessas questões expostas, entende-se que a repercussão dessa pandemia na saúde mental dos brasileiros é notória e não arrisco um prognóstico, pois novos desdobramentos podem surgir, agravando a situação.

Todavia, neste cenário, observo que a presença do psicólogo vem se mostrando como essencial para a recuperação e manutenção da saúde mental da população, apresentando-se como peça capital no combate a essa pandemia.


*O autor é Mestre em Psicologia pela Ufam e professor do curso de Psicologia da Centro Universitário Fametro.

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1 comentário
  1. Simone Cerdeira Diz

    Professor maravilhoso 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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