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Crimes contra vida selvagem ameaçam saúde humana

Isso é o que aponta o Relatório Mundial sobre Crimes da Vida Selvagem 2020, lançado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

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Quando animais selvagens são roubados de seu habitat natural, abatidos e vendidos, ilegalmente, o potencial de transmissão de doenças zoonóticas pode aumentar.

A declaração consta do Relatório Mundial sobre Crimes da Vida Selvagem 2020, lançado sexta-feira (10/07) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

O documento indica que as doenças zoonóticas representam até 75% de todas as infecções emergentes incluindo a Covid-19 com um novo coronavírus.

A agência da ONU cita o tráfico de pangolins, aves, tartarugas, tigres, ursos e outros.  Por serem proibidas, essas espécies ficam fora de qualquer controle sanitário ao serem traficadas e vendidas. Com isso, aumentam os riscos de doenças infecciosas.

Os pangolins, por exemplo, chegaram a ser identificados como uma fonte potencial da Covid-19. Eles são os mamíferos selvagens mais traficados no mundo. A apreensão de escamas desses animais subiu 10 vezes entre 2014 e 2018.

Países lusófonos

O relatório cita vários países de língua portuguesa. O Brasil é mencionado por causa da caça ilegal às onças pintadas, que são mortas, geralmente, em conflitos com seres humanos. Outros países que preocupam na captura dessa espécie são:  Belize, Costa Rica, Honduras, Panamá, Peru e Suriname.

Já a Guiné-Bissau, no oeste da África, entrou para o documento por causa do comércio ilegal da madeira kosso. Em 2017, Cingapura apreendeu mais de mil toneladas deste produto que saiu da Guiné-Bissau com destino ao Vietnã.

O relatório do Unodc ressaltou a caça furtiva a elefantes em Moçambique, especialmente na região de Niassa e na reserva Selous. O mesmo ocorre com Gabão, República do Congo e Camarões.

Portugal foi mencionado devido à pesca ilegal de enguias-de-vidro. Segundo o estudo, as apreensões globais desta espécie aumentaram desde 2011 e concentram-se também na França e na Espanha.  Os três países totalizaram cerca de 80% de todas as apreensões.

Resultados

Segundo a pesquisa, quase 6 mil espécies foram capturadas entre 1999 e 2019. Nenhuma é responsável por mais de 5% das apreensões e nenhum país foi identificado como fonte de mais de 9% do número total dos crimes. Os suspeitos de tráfico vinham de 150 países.

Acabar com o tráfico da vida selvagem é essencial para proteger a biodiversidade, mas também para evitar futuras emergências de saúde pública.

A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, disse que “redes transnacionais de crime organizado estão colhendo os lucros destes crimes, mas são os pobres que pagam o preço.”

Para ela, o relatório “pode ajudar a manter essa ameaça no topo da agenda internacional, aumentar o apoio dos governos a legislação necessária e desenvolver a coordenação entre as agências.”

Boas notícias

O documento descreve ainda as principais tendências mundiais e analisa os mercados de produtos como jacarandá, marfim, chifre de rinoceronte, escamas de pangolim, répteis vivos e grandes felinos.

Segundo a pesquisa, a demanda por marfim africano e chifre de rinoceronte está em declínio e o tamanho dos mercados ilícitos está diminuindo. Ainda assim, a renda ilícita anual gerada pelo tráfico destes produtos chegou a US$ 400 milhões em 2016 e US$ 230 milhões em 2018.

Por outro lado, a demanda por madeira tropical cresceu significativamente nas últimas duas décadas, com destaque para o jacarandá africano. As apreensões de produtos com tigres também aumentaram.

Digital

Como muitos outros mercados, o comércio de animais silvestres e de seus produtos também se expandiu para a internet como parte do crime cibernético.

As vendas de determinados produtos, como répteis vivos e produtos de ossos de tigre, passaram a ser realizadas online e em aplicativos de mensagens criptografadas. O Unodc afirma que este tipo de comércio é particularmente difícil devido à falta de transparência, regulações inconsistentes e capacidade limitada da lei.

Por tudo isso, o relatório pede um reforço dos sistemas de justiça criminal, melhorando leis e fortalecendo os processos de investigação e acusação. Também é necessário melhorar a cooperação internacional e investigações transfronteiriças.

O Unodc sugere que os Estados-membros classifiquem esses delitos na Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional como um crime grave.

Batalhão Ambiental resgatou 140 animais nos primeiros meses de 2020


Nos dois primeiros meses deste ano, 140 animais silvestres foram resgatados pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas. Por espécie, foram resgatados 62 aves, 32 mamíferos, 23 répteis e 23 quelônios.

No ano passado, o Batalhão alcançou número recorde de resgates: foram 676 animais, o triplo do registrado em 2018.

Preguiças, periquitos, jacarés e cobras estão entre os animais mais resgatados pelo Batalhão Ambiental.

Entre o total de resgatados, quatro animais eram considerados em extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). São espécies como peixe-boi da Amazônia, macaco-aranha e macaco-prego.

 Animais resgatados que necessitam de cuidados médicos, como os que são mantidos em cativeiros e que se encontram debilitados ou feridos, são conduzidos para atendimento veterinário. Para isso, o Batalhão também atua em parceria com equipes médicas compostas por veterinários e enfermeiros.

Dependendo do animal, alguns podem oferecer risco. É o caso das cobras, por exemplo. 

Conforme o artigo 29 do Código Ambiental, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, pode resultar em detenção de seis meses a um ano e multa.

Macaco resgatado pela Polícia Ambiental do Amazonas. Foto: Secom

  

Como denunciar 

Para denúncias ou pedidos de resgate, a população pode entrar em contato pelo telefone do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, que atende pelo telefone (92) 98842-1553.

O número da Dema (Delegacia do Meio Ambiente) é o (92) 99962-2340. As denúncias também podem ser feitas ao 181, o disque-denúncia da SSP-AM.


Fonte: ONU News e Secom, em 18/03/2020

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