ONU elogia “resiliência, reconciliação e esperança” de Horoshima 75 anos após bomba atômica
O secretário-geral da ONU, António Guterres, prestou um tributo às vítimas do lançamento da bomba atômica contra a cidade de Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto de 1945.
Em mensagem de vídeo para a Cerimônia do Memorial da Paz, no Japão, o chefe da ONU afirmou que “há 75 anos, uma única arma nuclear causou morte e destruição indescritíveis nesta cidade.”
Segundo Guterres, “os efeitos permanecem até hoje,” mas Hiroshima e o seu povo não deixaram que o desastre fosse sua marca, escolhendo em vez disso “resiliência, reconciliação e esperança.”
Ele ressaltou que os sobreviventes, conhecidos como hibakusha, são ” defensores, sem igual, do desarmamento nuclear”, que formam “uma voz unificadora para a segurança e o bem-estar de toda a humanidade.”
O secretário-geral lembrou que no mesmo ano, a ONU foi criada e que “estará para sempre ligada à destruição das bombas nucleares que caíram em Hiroshima e Nagasaki.” Esta última cidade foi atingida com a bomba atômica três dias depois, em 9 de agosto de 1945.
Desde seus primeiros dias, a organização reconheceu a necessidade de eliminar totalmente as armas nucleares. Apesar desses esforços, “o objetivo ainda não foi alcançado”, lembrou o secretário-geral.

Controle
Segundo o chefe da ONU, o sistema de controle de armamento criado durante a Guerra Fria está se desgastando. Para ele, 75 anos depois de Hiroshima, o mundo ainda precisa aprender que as armas nucleares diminuem a segurança, em vez de reforçar.
Ele destacou o aumento da divisão, desconfiança e falta de diálogo, bem como a modernização de arsenais nucleares e desenvolvimento de novas armas. Por tudo isso, ele afirmou que o desarmamento nuclear “parece estar escapando ainda mais do alcance” da comunidade internacional.
Segundo Guterres, todos os Estados-membros podem contribuir, mas os países que possuem armas nucleares têm uma responsabilidade especial.
O secretário-geral falou sobre o Tratado sobre Não-Proliferação de Armas Nucleares, que deve ser revisto no próximo ano, dizendo que é uma oportunidade para os Estados “voltarem a essa visão compartilhada”.
Ameaça
Também em mensagem de vídeo, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Tijjani Muhammad-Bande, afirmou que “não há vencedor numa guerra nuclear.”
E que o mundo deve se “comprometer com o desarmamento nuclear”,
Muhammad-Bande pediu ao todos os países-membros que ratifiquem o Tratado sobre Proibição de Armas Nucleares, aprovado em 2017.
Para ele, em memória das vítimas de Hiroshima e Nagasaki, o mundo deve trabalhar para criar um futuro “livre da ameaça existencial de armas nucleares.”
Humanidade
Em nota separada, o chefe da Organização do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares, Ctbto, Lassina Zerbo, disse que estas explosões continuam a “assombrar a humanidade e lançam uma pergunta desafiadora: é possível escapar do instinto destrutivo que levou a esses horríveis bombardeios?”
Ele afirmou que os sobreviventes são “uma forte bússola moral para a humanidade” e que suas dores e histórias tornaram o risco nuclear mais “perceptível e concreto.”
Segundo Zerbo, essas pessoas ensinaram que paciência, determinação e resolução são “indispensáveis na longa batalha pelo desarmamento nuclear”.
O chefe da Cbto terminou dizendo que o mundo precisa concluir o que começou “porque o que aconteceu no Japão não deve ocorrer nunca mais.”
Fonte: ONU News