Especialistas apontam oito mudanças que podem salvar o planeta
Um novo relatório da ONU alerta para as perdas da natureza mediante progressos e avanços em várias áreas. O Panorama da Biodiversidade Global, publicado pela Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD) aponta oito mudanças necessárias com urgência para garantir o bem-estar humano e salvar o planeta.
Metas
Segundo a pesquisa, a pandemia da Covid-19 desafia as pessoas a repensar sua relação com a natureza e a considerar as consequências da degradação dos ecossistemas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, diz que com a pandemia, o mundo tem “uma oportunidade sem precedentes de reconstruir melhor, incluindo as transições descritas neste panorama em um plano ambicioso.”
Já a diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) destacou como a perda de biodiversidade prejudicará ainda mais a saúde humana, as economias e as sociedades.
Segundo Inger Andersen, o mundo “sabe o que precisa ser feito, o que funciona e como se alcançam bons resultados.”
Sustentabilidade
O documento trata do progresso em relação às 20 Metas Globais de Biodiversidade, que foram acordadas em 2010 e deviam ser alcançadas até este ano. No total, seis delas foram parcialmente atingidas.
A secretária-executiva da CBD, Elizabeth Maruma Mrema, disse que os novos dados mostram que “humanidade está em uma encruzilhada em relação ao legado que irá deixar para as próximas gerações.”
Segundo Mrema, “muitas coisas boas estão acontecendo ao redor do mundo”, mas “a taxa de perda de biodiversidade não tem precedentes na história da humanidade e as pressões estão aumentando.”
A chefe da CBD afirmou que “quanto mais a humanidade explora a natureza de maneiras insustentáveis, mais prejudica seu próprio bem-estar, segurança e prosperidade.”
À medida que a natureza se degrada, também surgem novas oportunidades para a disseminação de doenças, como o novo coronavírus.
Para Mrema, “a janela de tempo disponível é curta, mas a pandemia mostrou que mudanças transformadoras são possíveis.”
Resustandos
A pesquisa detalha como várias metas foram atingidas apenas de forma parcial. Por exemplo, os elementos da Meta 11, relativa às proporções de terras e mares protegidos, foram atendidos, mas a qualidade dessas áreas não foi cumprida. Da mesma forma, para a Meta 19, o conhecimento sobre biodiversidade melhorou, mas não foi amplamente compartilhado ou aplicado.
Os relatórios nacionais mostram que os tipos de transições necessárias estão começando. Praticamente todos os países estão tomando medidas para proteger a biodiversidade.
Além disso, as taxas de desmatamento continuam caindo, a erradicação de espécies exóticas invasoras de ilhas está crescendo e a consciência sobre a biodiversidade parece estar aumentando.
Exemplos
O relatório cita várias ações e programas nacionais exemplares, sem os quais os resultados seriam piores, com maior número de extinções, por exemplo.
O financiamento para a biodiversidade também aumentou em alguns países e os recursos disponíveis para a biodiversidade provenientes de fluxos internacionais e assistência oficial ao desenvolvimento praticamente dobraram. Ao todo, estão disponíveis cerca de US$ 78 a 91 bilhões anuais.
As oito mudanças destacadas incluem transição sustentável nas áreas de agricultura, sistemas alimentares, gerenciamento de pesca e oceanos, cidades e infraestrutura, sistemas de água doce, ação climática e para uma abordagem One Health, que usa várias disciplinas para alcançar a saúde de pessoas, animais e ambiente.
O relatório será usado para criar novas metas globais de biodiversidade para 2021-2030, que estão sendo negociadas. As novas metas devem ser consideradas na próxima Conferência sobre Mudança Climática, COP 26, que foi adiada para 2021 e deve acontecer em Kunming, na China.
Em Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, ONU ressalta cooperação
As Nações Unidas celebram neste 16 de setembro o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. Em 2020, a celebração tem o lema “Ozônio para a vida: 35 anos de proteção da camada de ozônio” marcando o aniversário da Convenção de Viena.
Foi esse tratado que juntamente com o Protocolo de Montreal uniu o mundo no propósito de se eliminar os gases que formam o buraco nessa camada essencial para preservar a vida no planeta da radiação ultravioleta.
Humanidade
Em 1994, a Assembleia Geral proclamou a data para lembrar a assinatura do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.
Em mensagem, o secretário-geral António Guterres incentiva a ação conjunta para preservar a camada de ozono. O apelo do chefe da ONU é que essa vontade seja aplicada “para curar o planeta e forjar um futuro mais brilhante e mais justo para toda a humanidade”.
A diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, realça que foi a cooperação internacional que colocou a camada de ozônio no caminho da recuperação, protegendo a saúde humana e os ecossistemas.
Para Inger Anderson, essa colaboração demonstra que trabalhando em conjunto podem ser resolvidos “problemas em escala global.”
Gerações
Ela afirmou que tal união de propósitos é “mais necessária que nunca” à medida que se busca lidar com perdas na natureza, as mudanças climáticas e a poluição no contexto da pandemia e das discussões sobre a reposição do fundo multilateral.
O Pnuma realça que a eliminação gradual do uso controlado de substâncias que destroem a camada de ozônio e as reduções que já ocorreram “não só ajudaram a proteger a camada de ozônio para as gerações atual e futura”.
Outros benefícios foram contribuir de forma significativa para impulsionar os esforços globais para lidar com a mudança climática e proteger a saúde humana e os ecossistemas, limitando a radiação ultravioleta sobre a Terra.
Foi a confirmação científica do desgaste da camada de ozônio que deu origem à Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Esses dados levaram a comunidade internacional a adotar o mecanismo de cooperação inicialmente assinado por 28 países, em 22 de março de 1985.
Substâncias
O Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio foi criado em setembro de 1987. O documento previa medidas para controlar a produção e o consumo global de produtos químicos prejudiciais à camada.
Com base no desenvolvimento científico e da informação tecnológica, o Protocolo definiu o controle de cerca de 100 produtos químicos de diversas categorias.
Para cada grupo ou anexo desses produtos químicos, o tratado tem um calendário para a eliminação progressiva de sua produção e consumo em direção a um banimento completo.
Fonte: ONU News