Escritores indígenas lançam livro de contos de origem e assombração
Os escritores indígenas Yaguarê Yamã, Elias Yaguakãg, Eliomar Leite, Uziel Guaynê, Moises Costa e Timoteo Hakii publucaram, pela editora Filos (São Paulo), o livro Contos Sagrados – Marãduwa Tupanawara, em língua portuguesa brasileira e em nheengatu, língua geral indígena amazônica.
A publicação tem apoio da Lei Aldir Blanc e já está disponível nas livrarias virtuais que atuam no país.
Os autores planejam lançar o livro no Amazonas em duas datas: em 06 de setembro, na aldeia Çeçaima, e dia 8 de outubro, no Palácio Rio Branco, em Manaus.
O objetivo da obra é valorizar os contos da tradição oral dos povos indígenas, também, por meio da escrita.
No caso de Contos Sagrados, o conteúdo se refere as narrativas de origem e assombração, muito comuns nas aldeias.
Os autores acreditam que, por meio da literatura indígena, divulgam a Língua Geral da Amazônia, conhecida como Nheengatu (língua bonita, em tradução livre para a língua portuguesa brasileira), em uso entre os muras e maraguás, e entre povos de outras regiões, principalmente no alto rio Negro.
Yaguarê Yamã, professor, geografo e autor com 34 livros publicados, indica o valor cultural do projeto: “Isso é o que a literatura indígena tem de melhor a oferecer. O idioma nativo amazônico que representa a essência de nossa região vinculada aos contos tradicionais que não podemos deixar desaparecer”.
Para ele, esse deve ser, igualmente, o compromisso de toda a sociedade amazonense, cujas raízes estão fincadas no solo das etnias que existiam antes da chegada dos colonizadores: “Devemos valorizar o que é nosso”, comentou.
Yaguarê mora em Nova Olinda do Norte, cidade localizada na margem direita do rio Madeira, no estado do Amazonas.
Lá, ele leciona Geografia em escola da Secretaria de Educação e Desportos (Seduc), e se mantém em pleno envolvido com os maraguás do rio Araçá, afluente do rio Madeira.
“Esse livro veio para salvar a alma amazonense que é indígena”, acredita Yaguarê.