Coletânea da artista plástica Lúcia M.C. Barbosa destaca a onça pintada
A artista plástica Lúcia Martins Coelho Barbosa possui em seu DNA criativo uma técnica exclusiva, desenvolvida por ela, para a criação de um tema icônico em sua trajetória; as onças-pintadas.
Em pastel seco sob papel, fio a fio, minuciosamente feito com leveza, texturas e cores, a técnica serve de base para uma coletânea (ver abaixo) que eleva o maior felino brasileiro ao protagonismo máximo.
As onças de Lúcia ultrapassaram as fronteiras brasileiras e são apreciadas em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.
A onça-pintada é o maior felino das Américas. Espécie emblemática das matas brasileiras, a onça é importante para as ações de conservação.
Por estar no topo da cadeia alimentar e necessitar de grandes áreas preservadas para sobreviver, esse animal o mesmo tempo temido e admirado que habita o imaginário das pessoas é um indicador de qualidade ambiental.
A ocorrência desses felinos em uma região indica que ele ainda oferece boas condições que permitam a sua sobrevivência.
As crescentes alterações ambientais provocadas pelo homem, assim como o desmatamento e a caça são as principais causas da diminuição da população de onças no Brasil.
Há alguns anos uma mulher que se dizia ambientalista, fazia safaris com estrangeiros, que pagavam muito dólares para matar onças em sua fazenda no Pantanal. O maior caçador de onça-pintada do Brasil foi Sasha Siemel, nascido na Letônia, em 1914 com 24 anos aprendeu com os indígenas a caçar onça com zagaia. Naquela época para os indígenas Guatós caçar onça era uma cerimônia de ritual de passagem dos adolescentes para a vida adulta. Aos 48 anos Sasha abateu mais de 300 onças.
Lúcia Martins Coelho Barbosa, artista plástica
As onças de Lúcia, retratam a beleza inigualável deste animal; possuem pelagem amarelo-dourado com pintas pretas na cabeça, pescoço e patas.
Nos ombros, costas e flancos tem pintas formando rosetas que têm, no seu interior, um ou mais pontos.
A face e o dorso aparecem com mais constância nas produções da artista que extrapola os padrões naturais e recria versões coloridas, fluídas e estilizadas do animal.
Atual e participativa, Lúcia também transfere a algumas obras funções e atuações sociopolíticas; como ao incorporar o um arco-íris sob o olhar de uma onça, demonstrando seu apoio às pessoas LGBTQIA+.
Também se nota a discussão, atravessar da temática, sobre questionamentos religiosos e comportamentais, como na obra onde o a pele da onça, aparece sob uma cruz vermelha, representando a cura, o poder de cuidar das feridas.
Coletânea